A USP faz parte da nossa sociedade e, portanto, não está livre de casos de assédio sexual, assédio moral, racismo, sexismo, transfobia, homofobia, capacitismo, etarismo ou qualquer tipo de preconceito. A nossa comunidade precisa estar preparada para identificar e enfrentar ativamente estes casos, cuidando das pessoas e fortalecendo-as.
Existem instâncias e ferramentas para isso, mas o mais importante é todos saberem que o enfrentamento aos assédios é dever de toda a comunidade. Todos devemos estar atentos, sensibilizados e prontos para intervir, dentro de nossas possibilidades e capacidades. A USP deve ser uma comunidade que cuida, e nunca silencia.
É assédio? É preconceito?
Preconceitos e assédios manifestam-se de várias formas, mais explícitas e mais sutis. Por isso é importante saber identificar essas situações.
Toques corporais indesejados, pedidos de reuniões em horários não convencionais, portas fechadas, exigências excessivas de trabalho, frases ofensivas ou de duplo sentido, perguntas indiscretas sobre a vida privada, insinuações explícitas ou veladas de caráter sexual, aproximação ou contato físico não desejados, tudo isso pode constituir assédio moral e/ou sexual. Ofensas em formato de piadas, ironias, frases que te deixam desconfortável, te fazem sentir diferente, diminuído ou não pertencente podem denotar preconceito. Se algo te deixa desconfortável, converse com alguém de sua confiança.
Caso você passe ou conheça alguém que esteja passando por alguma dessas situações em seu Campus, existem algumas ferramentas da Universidade que podem ajudar a resolver esses problemas.
Sofri assédio, o que faço?
Qualquer órgão, colegiado, docente e servidor, e também a comunidade discente, tem a responsabilidade de escutar e dar encaminhamento a casos de assédio e preconceito, mas existem algumas instâncias que têm a atribuição específica de enfrentar essas situações.
- As unidades possuem Comissões de Inclusão e Pertencimento (CIP), responsáveis por encaminhar os problemas, em conexão com as instâncias centrais da USP, principalmente a PRIP. O site da unidade, museu ou instituto tem os nomes e e-mails de seus integrantes.
- Muitas unidades possuem Comissões de Direitos Humanos, instâncias criadas para lidar com conflitos nas unidades. Essas comissões existem com vários nomes, existe uma lista delas no site da PRIP: prip.usp.br , na área “Direitos Humanos”.
- A partir de 2023, as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) passaram a ter entre as suas atribuições a prevenção e o combate de qualquer forma de violência praticada no trabalho, especialmente o assédio sexual. Você pode entrar em contato com a Cipa através do site de sua unidade, museu ou instituto.
- O aplicativo Campus USP, disponível para todos os campi da Universidade, pode ser baixado gratuitamente na App Store ou no Google Play. Ele facilita a comunicação com a Guarda Universitária, permite reportar ocorrências de violência e também descarte irregular de resíduos, problemas com transporte público (circulares), árvores e ciclofaixas.
- Se existe algum tipo de risco ou ameaça à sua integridade, você pode informar a Guarda Universitária. É também possível denunciar a situação à polícia e realizar um Boletim de Ocorrência.
Preciso cuidar de um caso de assédio, o que faço?
Cuidar de casos de assédio significa que a responsabilidade de lidar com o ocorrido não seja exclusivamente da vítima, e sim da comunidade e da instituição. Passamos a maior parte da nossa vida na universidade, nas suas unidades de ensino, museus e institutos, e estes lugares devem se organizar para prevenir e enfrentar os casos de assédio e preconceito e promover melhoria da experiência das pessoas na universidade.
Se você faz parte de alguma instância responsável por lidar com casos de assédio ou preconceito, alguns princípios devem ser seguidos. A participação nessas instâncias não é compulsória, e quem se dispõe a fazer parte delas precisa se informar sobre as ferramentas existentes.
- Oferecer uma escuta de qualidade, oferecer lugar seguro e o máximo de atenção, evitando displicências, não colocando a vítima em situação de desconforto, evitando que a vítima volte ao mesmo relato inúmeras vezes
- Os integrantes das instâncias devem conhecer as possibilidades de encaminhamento dos casos
- Os casos devem ter prosseguimento, a vítima deve receber informação sobre o seu andamento
- A vítima deve ser informada sobre os possíveis encaminhamentos do caso
- Os envolvidos devem se comprometer com o sigilo em torno dos casos, quando desejado pela vítima
- Os casos devem ser encaminhados com rapidez
- Em alguns casos, será necessário envolver instâncias externas à unidade, mas mesmo nestes casos é importante que a unidade esteja ativamente envolvida, capacitando-se e constituindo uma comunidade de cuidado.
PALAVRAS IMPORTAM. NÃO FALE:
“ele nem encostou em você“
Respeitar a Identidade de Gênero é dever de todas as pessoas
NÃO REPRODUZA FALAS COMO:
“vocês viram o que ele fez? eu mesmo não falo mais com ele“
Cancelamento é uma forma violenta de fazer justiça com as próprias
Quais os encaminhamentos possíveis?
- ajudar a vítima a entender que tipo de cura ou reparação ela espera;
- orientar a vítima a fazer um boletim de ocorrência se for o caso;
- conversar com o denunciado, se a vítima quiser. A conversa pode ser feita com integrantes da comissão ou instância responsável na unidade ou órgão onde ocorreu o problema; com alguém indicado pela vítima; ou com a própria vítima. A vítima é quem define isso;
- informar a/o diretora da unidade ou órgão sobre o ocorrido, preservando o sigilo;
- construir debates, discussões, campanhas sobre os diferentes tipos de assédio;
- aconselhar o diretor da unidade a abrir sindicância ou processo
- administrativo;
- aconselhar a vítima a usar os caminhos institucionais para pedir apuração, abertura de sindicância ou processo administrativo, se esta for a sua vontade;
- informar a vítima que a espera pode ser maior do que o desejado; que o pedido de abertura de sindicância ou processo administrativo pode não prosperar, que sabemos que isso pode causar sofrimento;
- informar que o serviço ECOS – Escuta, Cuidado e Orientação em Saúde Mental, está preparado para lidar com casos de sofrimento mental;
- Sugerir à direção da unidade um processo de mediação de conflitos.
Serviços de Apoio da USP (com links)
- Diretoria de Direitos Humanos PRIP: https://prip.usp.br/apresentacao-direitos-humanos/
- Diretoria de Diversidades PRIP: https://prip.usp.br/apresentacao-diversidades/
- ECOS – serviço de escuta em saúde mental: https://prip.usp.br/programa-ecos/
- Centro de saúde escola Butantã – para moradores do CRUSP: https://fm.usp.br/cseb/portal/
- Guarda Universitária: https://sppu.usp.br/
- Ouvidoria USP: https://www5.usp.br/ouvidoria/
