
A Cátedra Encontro de Saberes foi criada pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP em 2025 para gerar e disseminar conhecimentos sobre temas de impacto na sociedade em âmbito local, nacional e internacional. Sua formulação se dá a partir de uma visão multidisciplinar, considerando o diálogo entre saberes, a participação em políticas públicas e a importância de temas como sustentabilidade, formação, educação e engajamento social.
A Cátedra deve reconhecer saberes diversos presentes na sociedade, inclusive aqueles que refletem a diversidade de perspectivas ontológicas e epistemológicas inerentes à história e cultura das populações. Ela visa debater e articular tais saberes seja para analisar suas formas de inserção nos currículos e nas políticas da Universidade, como para orientar gestoras e gestores públicos, promovendo avanços na compreensão do mundo e de concepções de ciência que perpassam a educação, a diversidade, a inclusão e a permanência estudantil. As atividades da Cátedra estão abertas à participação de lideranças sociais e pesquisadores/as populares do Brasil e do exterior.
O seu Conselho de Governança, composto pela Pró-Reitora de Inclusão e Pertencimento, a Pró-Reitora Adjunta e membro docente indicado/a pelo Conselho de Inclusão e Pertencimento (CoIP) da USP, indica o/a titular para a Cátedra com mandato de um ano (renovável por mais um ano). A pessoa indicada deverá ser uma personalidade externa à USP, que possa realizar vínculos entre o mundo acadêmico e a sociedade, proferir conferências, coordenar atividades de natureza acadêmica ou de pesquisa, de cultura e extensão, relacionadas à inclusão e ao pertencimento.
Clique aqui para consultar a Portaria GR nº 8729, de 13 de março de 2025, que dispõe sobre a criação, organização e funcionamento da Cátedra Encontro de Saberes.
2025-2026
A primeira titular da Cátedra Encontro de Saberes é a Profa. Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Ela tomou posse no dia 21 de agosto de 2025 em cerimônia na Sala do Conselho Universitário. Sua contribuição vem, especialmente, da atuação na formulação das diretrizes curriculares nacionais para a educação relativas às relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.
Saiba mais sobre a trajetória da catedrática
Petronilha possui mestrado e doutorado em Educação e cursou especialização em Planejamento e Administração da Educação no Instituto Internacional de Planejamento da UNESCO, em Paris. Fez estágio de pós-doutorado em Teoria da Educação na África do Sul. Atualmente é professora titular na UFSCar, docente sênior junto ao Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas do Centro de Educação e Ciências Humanas em Ensino-Aprendizagem e Relações Étnico-Raciais. É doutora honoris causa pela Universidade do ABC (2022).
É autora de importantes obras em educação antirracista, como “Histórias de operários negros”, “O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos”, entre outros. Foi professora visitante junto às universidades: University of South Africa (1996); à Universidad Autonoma del Estado de Morelo, em Cuernavaca, México (2003); na Stanford University, EUA, (2008 e 2015); e na Universidade de Maputo, Moçambique, (2019). Integra Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFSCar e o International Research Group on Epystemology of African Roots and Education, da Georgia State University (EUA).
Ocupou cargos públicos na Secretaria de Educação e no Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Foi a primeira mulher negra a ter assento no Conselho Nacional de Educação. Tem sido conselheira de vários órgãos nacionais e internacionais tais como do World Education Research Association (WERA) representando a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN) (2009 a 2016); no Conselho Nacional de Políticas de Igualdade Racial (2015-2016); na Fundação Cultural Palmares; junto à Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (2002-2006).
Foi relatora do parecer que estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana (CP3/2004). Participou da relatoria do parecer relativo às diretrizes curriculares nacionais para o curso de pedagogia (CNE/CP03/2003).
Tem reconhecida experiência na educação básica, nas lutas do movimento negro pela educação, na atuação nas diretrizes curriculares nacionais para a educação relativas às relações étnico-raciais e no ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.
Tem recebido vários prêmios e homenagens:
- Em 2001, recebeu reconhecimento da Câmara Municipal de Vereadores de São Carlos/SP, por seu compromisso em promover e desenvolver ações por uma educação de alta qualidade e pela luta por uma convivência tolerante, harmoniosa e sem preconceitos em nossa sociedade.
- Em junho 2010, foi indicada como Somghoy Wanadu-Wayoo, ou seja conselheira integrante do Conselho do Amiru Shonghoy Hassimi O. Maiga, chefe do Povo Songhoy, no Mali.
- Em 2011, recebeu homenagem da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), com o prêmio Educação para a Igualdade, por relevantes serviços prestados ao país e pela valiosa contribuição para a educação brasileira no combate ao racismo.
- Em 21 de março de 2011 foi admitida, pela Presidenta da República Dilma Rousseff, na Ordem Nacional do Mérito, no Grau de Cavaleiro, em reconhecimento de sua contribuição à educação no Brasil.
- Recebeu a distinção de Cidadã Emérita de Porto Alegre e foi homenageada com a medalha da 56ª Legislatura da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
- Em 2022 recebeu o Prêmio Luiza Mahin, da Coordenadoria de Assuntos da População Negra da Prefeitura Municipal de São Paulo, em reconhecimento por sua atuação em prol das mulheres negras.
- Em 2025 foi criado o Selo Petronilha, pelo Ministério da Educação, por meio da Diretoria de Políticas de Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (DIPERQ/SECADI). Integrado à Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), o Selo promove o fortalecimento institucional das redes públicas que desenvolvem políticas educacionais voltadas à equidade racial e quilombola.
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