Com o objetivo de elaborar um diagnóstico amplo sobre a comunidade universitária na perspectiva da inclusão e do pertencimento, a segunda edição do Questionário PRIP recebeu 9.237 respostas on-line no período de 16 de setembro a 1º de novembro de 2024

A pesquisa “Questionário PRIP: Inclusão e Pertencimento na USP” é um survey on-line proposto pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP, estruturado para coletar informações dos membros da Universidade – estudantes de graduação e pós-graduação, docentes, pós-doutorandos e servidores técnico-administrativos – relacionadas a sua experiência acadêmica e/ou profissional, experiências pessoais e percepções, inserção e pertencimento no ambiente institucional, além da coleta de dados sociodemográficos e de saúde física e mental.
Inspirado em pesquisas conhecidas como campus climate surveys – pesquisas de “clima no campus” –, o Questionário PRIP recebeu, em 2022, 13.795 respostas de membros da comunidade USP. Em segunda aplicação, em 2024, o Questionário contou com atualizações pertinentes, mas manteve a estrutura original, a fim de renovar os dados da pesquisa e permitir comparações com o cenário de 2022. Dessa vez, foram recebidas 9.237 respostas.
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Trata-se do mais atualizado mapeamento sobre a comunidade USP até o momento, além de um importante instrumento para a atuação da Pró-Reitoria na formulação e avaliação de políticas institucionais.
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Experiência acadêmica na graduação
As percepções relacionadas à experiência acadêmica e profissional são bastante similares entre as duas edições da pesquisa. A maioria dos estudantes de graduação relata estar satisfeita com sua experiência acadêmica e seu desenvolvimento intelectual desde sua vinda à USP (veja o gráfico a seguir), como em 2022.

Para a afirmação “minha performance acadêmica está de acordo com o que eu esperava”, os cenários aferidos nas duas edições do Questionário também apontam estabilidade, visto que a diferença daqueles que concordam ou concordam fortemente com a afirmação em 2022 (37,7%) contra a mesma proporção de 2024 (34,9%) é de apenas 2,8 pontos percentuais.
Essa mesma tendência de estabilidade também é observada pelas comparações entre o recorte de PPI (pretos, pardos e indígenas) versus não PPI (brancos e amarelos), e comunidade LGBT+ versus heterossexuais cisgêneros. Isto é, ao segmentar as respostas de estudantes de graduação para as afirmações apresentadas por esses dois recortes sociais, as distribuições de respostas são muito similares entre 2022 e 2024. Uma diferença importante – tanto em 2022, quanto em 2024 – foi observada, no entanto, para a afirmação sobre a performance acadêmica: há uma concordância significativamente menor entre pretos, pardos e indígenas do que no grupo complementar, diferença essa de cerca de 11 a 13 pontos percentuais (soma das respostas concordo e concordo fortemente), respectivamente.
A grande maioria dos estudantes de graduação que responderam ao Questionário PRIP em 2024 diz que seus interesses aumentaram desde que vieram para a USP (78,65%) e que estão confiantes que irão concluir seu curso/formação (74,58%).
Experiência acadêmica na pós-graduação
As percepções sobre a afirmação “eu me sinto confiante de que vou concluir o meu curso/formação atual na USP” é a que teve maior diferença entre os percentuais de 2022 e 2024. Houve um aumento de 6,84 pontos percentuais no volume de estudantes de pós-graduação que concordam fortemente com a afirmação (54,82%), se comparado a 2022 (47,98%). De forma geral, as demais respostas dos pós-graduandos sobre sua experiência acadêmica não apresentaram grande diferença entre 2022 e 2024. Nota-se, no entanto, uma melhora nas percepções de pessoas LGBT+ e PPIs (pretos, pardos e indígenas) nesse quesito, de uma edição para a outra.
Experiências acadêmicas e profissionais de docentes
Em 2024, 64,2% dos docentes concordam em estarem satisfeitos com a sua carreira na USP. Em contrapartida, há grande insatisfação com os processos avaliativos e a atenção a questões pessoais para a progressão na carreira. Grande percentual também discorda que suas atividades de extensão sejam devidamente reconhecidas. De modo geral, não se notam alterações relevantes entre as percepções dessa população entre 2022 e 2024.

Experiências acadêmicas e profissionais de servidores técnico-administrativos
Aproximadamente 46,3% desses servidores discordam da afirmação “estou satisfeito com a minha carreira na USP”, enquanto 39,8% concordam com a frase. É também grande insatisfação, entre os servidores que responderam ao Questionário PRIP em 2024, com a transparência dos processos avaliativos e a atenção a questões pessoais para a progressão na carreira.
Por outro lado, é maior o percentual daquelas pessoas que concordam que suas atividades são compatíveis com a sua função atual e que consideram os feedbacks de seus superiores e a estrutura de trabalho adequadas. Em comparação com 2022, os percentuais da resposta “concordo fortemente” aumentaram para todas as afirmações referente às suas experiências acadêmicas e profissionais. Mas, de modo geral, não se notam grandes variações nas percepções dessa população entre 2022 e 2024.

Alto nível de formação de servidores técnico-administrativos
84,6% dos servidores que responderam à pesquisa possuem ao menos ensino superior completo, sendo que 12,1% dos respondentes relata ter até mestrado completo e 10,1% declara ter doutorado completo. 1,9% relata ter pós-doutorado e 25% diz que seu nível de formação mais alto é pós-graduação lato sensu completa (MBA).
Conforto no campus (estudantes de graduação)
Os espaços mais bem avaliados em termos de conforto e muito conforto são a biblioteca (83,8%), centro de esportes (71,5%) e eventos culturais (70,7%), indicando que esses locais atendem bem às necessidades dos graduandos.
Por outro lado, o transporte e estacionamento são os que apresentam os maiores índices de desconforto, com 44,2% dos graduandos se sentindo desconfortáveis ou muito desconfortáveis, seguido por moradia estudantil (30,8%) e restaurante universitário (28,3%).
Já os ambientes de salas de aula e laboratórios são bem avaliados, com 61% e 68,7% dos graduandos, respectivamente, se sentindo confortáveis ou muito confortáveis, embora as salas de aula ainda apresentem cerca de 19% de desconforto.
Os demais edifícios dos campi também são percebidos de maneira positiva, com 65,3% de avaliações favoráveis. No entanto, as calçadas e ruas têm um percentual considerável de desconforto (19,4%), indicando possíveis desafios de infraestrutura.
Primeira geração da família a ter ensino superior e maioria de estudantes provenientes de escolas públicas
Dos principais responsáveis pelos estudantes de graduação, 57,3% não possuem superior completo, enquanto que 41,8% tem ao menos ensino superior completo.
66,8% dos respondentes da amostra de trabalho declararam ter estudado exclusivamente em escolas públicas, enquanto 19,9% frequentaram apenas escolas privadas sem bolsa integral, e 9,9% estudaram em escolas privadas com bolsa integral.
43,5% dos alunos de graduação indicaram uma renda familiar de até R$ 3,1 mil, enquanto 30,4% relataram valores entre R$ 3,2 mil e R$ 7,7 mil. Além disso, 13,7% informaram renda familiar entre R$ 7,8 mil e R$ 23,9 mil, e 4,7% declararam valores acima de R$ 24 mil.
Dos pós-graduandos, 55,5% relataram que seu principal responsável não possui ensino superior completo. 60% de respondentes desse grupo relatou ser independente financeiramente da família, e 36,3% relatou ser dependente financeiramente da família.
Saúde mental
Não muito diferente do que se observou em 2022, 36,7% das pessoas que submeteram respostas ao Questionário PRIP em 2024 consideram que a USP mais prejudica do que beneficia a saúde mental, enquanto 23,9% afirmam que a Universidade mais a beneficia (e 39,3% percebem com indiferença a questão).
À pergunta “você enfrentou alguma questão de saúde mental no último ano?”, 62,2% das pessoas afirmaram que sim (um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2022). 51,7% das pessoas afirmam ter buscado ajuda profissional para alguma questão de saúde mental no último ano (5 pontos percentuais acima do que em 2022), sendo que cerca de 10% delas não conseguiram o atendimento procurado. E 26,6% das pessoas respondentes diz utilizar ou ter utilizado algum tipo de medicação psiquiátrica no último ano (2,8 pontos percentuais acima do que na edição anterior do questionário).
Equipe
Cibele Maria Russo Novelli
Júlio Martins de Almeida
Pedro Augusto Martins Gagini
Cristine Airi Kimura
fvp.prip@usp.br