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Mulheres na USP: Construindo Estratégias de Ação (2024)

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A série de encontros “Mulheres na USP: Construindo Estratégias de Ação” realizou três debates dando voz a representantes de unidades específicas da Universidade, em busca de possíveis propostas de enfrentamento das desigualdades de gênero na USP. Para encerrar este ciclo, a PRIP organizou ainda uma conferência final com a professora Sônia Guimarães, do ITA.

8 de março

Em um dia tão importante para a causa feminina, o dia 8 de março, a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento, dirigida pelas professoras Ana Lana e Miriam Debieux, e a diretoria de Mulheres, Relações Étnico Raciais e Diversidades, coordenada pelo professor Rogério Monteiro, apresentou um panorama a partir dos dados:

  • São quase 57 mil  estudantes de graduação, pós-graduação, pós-doutorado, docentes e servidoras da nossa Universidade de São Paulo.
  • Praticamente a metade da USP é feminina, totalizando 47% da população uspiana.

São recorrentes as falas que denunciam a assimetria de oportunidades na USP para as mulheres: mulheres têm mais dificuldades de acessar vagas de docentes, de ascender na carreira, de ocupar posições de poder e prestígio. Uma análise dos dados da USP revela que essas situações não incidem por igual em todas as unidades: em algumas unidades há mais problemas de acesso, em outras há problemas de ascensão, e em outras unidades não há grandes desequilíbrios de gênero neste aspecto.

A partir desse diagnóstico, a série de encontros Mulheres na USP: Construindo Estratégias de Ação realizou debates dando voz a representantes de unidades específicas da Universidade e gestores, em busca de possíveis propostas de enfrentamento dessas questões. Os encontros foram relatados e sistematizados, resultando em um documento de referência que dará maior precisão aos problemas e como eles são percebidos pelas unidades na USP, e sugerirá estratégias para o enfrentamento das desigualdades de gênero identificadas.

Acesso à carreira docente

Em todas as unidades da área de exatas, as docentes mulheres estão subrepresentadas. Em algumas, elas não chegam a 20%. Identificamos 7 unidades da USP com menos de 20% de docentes mulheres, o que sugere que as mulheres estejam em desvantagem em suas trajetórias acadêmicas e nos concursos de acesso à docência. Que medidas podem ser pensadas para aumentar a proporção de mulheres docentes nesses campos de conhecimento e unidades da USP? Neste primeiro encontro da série, elencaram-se pontos que atrapalham o acesso das mulheres à carreira docente e esboçaram-se possíveis saídas a esses problemas.

Data: 18 de março, 17h
Local do evento: Prédio da Reitoria (encontro híbrido)

Ascensão na carreira docente

Se na pós-graduação e nos programas de pós-doutoramento, as mulheres são metade da população uspiana, essa taxa cai para 37% no corpo docente. Entre titulares, somente 29% são mulheres. Em algumas unidades da USP, os problemas de acesso são menores, mas ainda identifica-se problemas no progresso a carreira. Que ferramentas e estratégias podem ser pensadas para permitir equidade na ascensão? Neste evento realizamos o segundo debate sobre a questão das mulheres na USP. O objetivo dessa série de encontros é construir um conjunto de estratégias para melhorar o acesso, a ascensão e a permanência na carreira das mulheres na USP.

 Nessa segunda edição, tratamos da ascensão na carreira a partir de Unidades onde há uma maior presença feminina, mas não nas posições mais altas.

  • Em 18 unidades, não há nenhuma docente parda ou preta;
  • Em algumas unidades as pesquisas indicam que o ambiente não é muito favorável à progressão das carreiras femininas;
  • A questão da parentalidade e do assédio são grandes preocupações das alunas de pós-graduação.

Gostaríamos de ouvir, a partir da realidade específica de cada unidade, quais percalços as mulheres têm enfrentado em suas Unidades e que encaminhamentos podem ser feitos para resolvê-los. 

Data: 1º de abril, 17h
Local do evento: Prédio da Reitoria (encontro híbrido)

Maioria feminina

Queremos aprender com aquelas unidades onde há mais de 60% de mulheres docentes. Os desequilíbrios de gênero não se dão apenas nas Unidades em que há poucas mulheres. Algumas Unidades da USP possuem mais de 60% de mulheres em seus quadros docentes. Este debate problematizará essa situação.

Em que medida essa composição reflete desprestígio de determinadas carreiras profissionais, tradicionalmente ocupadas por mulheres, ligadas ao cuidado, ao ensino fundamental? Há desconforto por essa situação? Ela interfere nas dinâmicas pedagógicas?

Data: 15 de abril, 17h
Local do evento: Prédio da Reitoria (encontro híbrido)

Conferência Desigualdades de Gênero e Cor da Pele nas Áreas STEM, com a professora Sônia Guimarães

Professora Associada no Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA) e PhD em física pela Universidade de Manchester (Reino Unido), Sônia Guimarães é a primeira mulher negra doutora em física no Brasil, formada em 1989, título que a levou a se tornar professora do ITA quando o Instituto ainda não aceitava mulheres entre seus alunos, em 1993. Na ocasião, tornou-se também a primeira mulher negra professora na instituição, que é uma das mais tradicionais do Brasil. Natural de São Paulo (SP), atualmente vive em São José dos Campos, onde segue lecionando no ITA. Em maio de 2023, Sonia recebeu a Medalha Santos Dumont de Honra ao Mérito como uma celebração dos seus 30 anos de atuação no ITA. Em dezembro do mesmo ano, foi eleita pela Bloomberg Línea uma das 100 pessoas mais inovadoras da América Latina.

Data: 22 de abril, 17h
Local do evento: Auditório Antonio Gilioli, no Instituto de Matemática e Estatística da USP